Diagnóstico
O Diagnóstico em psiquiatria é eminentemente clínico e realizado a partir do acolhimento da queixa principal do paciente, associada a uma Entrevista Psiquiátrica pormenorizada e um Exame do Estado Mental bem detalhado.
Com essas três ferramentas, na grande maioria dos casos, o psiquiatra experiente está apto para diagnosticar os mais diversos tipos de transtornos mentais. Importante lembrar que o diagnóstico psiquiátrico é embasado em suspeitas ou hipóteses diagnósticas, que podem se manter ou se modificar, no decorrer do acompanhamento clínico. Por isso, costumamos inferir que o diagnóstico psiquiátrico não é uma fotografia, mas uma filmagem, daí a importância do acompanhamento psiquiátrico seriado.
Durante o acompanhamento, poderemos nos munir de avaliações laboratoriais, exames de imagem, pareceres e avaliações de outros médicos especialistas, no intuito de detalhar a investigação diagnóstica e afastar outras causas clínicas que possam estar coexistindo ou sendo as responsáveis pelo quadro psicopatológico em questão.
Tratamento com foco em prevenção primária
O conceito de prevenção primária diz respeito à capacidade de evitar o surgimento das doenças, no caso, os transtorno mentais. Para quem visa prevenir o aparecimento dos transtornos mentais, estudos indicam que um dos principais fatores de proteção é o Suporte Social em todas as áreas, como a afetiva, a familiar, bem como no ambiente escolar, acadêmico ou profissional, além do apoio de amigos. Trata-se uma grande rede de apoio de pessoas com quem se pode contar e tem significativa importância no enfrentamento das dificuldades.
Outros fatores protetores contra as doenças mentais são a prática regular de atividades físicas, manutenção de atividades de espiritualidade ou religiosidade frequentes, além de hábitos cotidianos saudáveis, como preservar uma rotina de sono adequada e um comportamento alimentar educado, priorizando pela Nutrição balanceada e consciente.
A Psicoterapia, com foco em técnicas e abordagens de eficácia cientificamente comprovadas, como a Análise do Comportamento, exercida por um profissional devidamente habilitado, também é importante fator de proteção aliado à Psiquiatria no Tratamento de Prevenção Primária dos distúrbios mentais.
Tratamento com foco em remissão e recuperação
O tratamento objetivando a remissão e a recuperação diz respeito à prevenção secundária, quando um transtorno psiquiátrico já se instalou. Esse tipo de tratamento difere significativamente, dependendo das particularidades de cada paciente, por isso deve ser individualizado. O tratamento pode ser realizado apenas com psicoterapia, em algumas situações, há a necessidade de se associar o tratamento psicofarmacológico ao suporte psicoterápico e, inúmeras vezes, faz-se necessário o apoio de rede de profissionais com atuação multidisciplinar, tais como serviço social, terapia ocupacional, fonoaudiologia, enfermagem, psicopedagogia, nutrição, dentre outros. Em casos mais específicos, há demanda de internamento hospitalar ou de Eletroconvulsoterapia. Um psiquiatra bem preparado irá indicar o tratamento mais adequado a cada caso em questão.
Vale mencionar a importância dos dos conceitos de resposta, remissão e recuperação. A resposta diz respeito a uma melhora clínica percebida pelo paciente de menos de 50% dos sintomas, a remissão caracteriza que o paciente remitiu de mais de 50% de sua sintomatologia e, dizemos que o paciente atingiu a recuperação, quando está 100% recuperado de todo o sofrimento mental que o acometia. Tem como foco a prevenção de recaídas, essa acontece quando o paciente atinge a remissão, mas volta a mostrar-se sintomático, tendo demanda de ser reavalidado pelo psiquiatra assistente.
Reabilitação
A reabilitação ou prevenção terciária já prepara o paciente para o retorno à sua funcionalidade anterior, para que possa se sentir plenamente capaz em todas as áreas de sua vida. Diz respeito à fase de manutenção, que em psiquiatria, dura no mínimo seis meses, dependendo de cada caso e prepara o paciente para sentir-se curado, independentemente de alta do uso dos medicamentos ou se terá de manter o tratamento farmacológico e psicoterápico apenas a título de prevenção de recorrências. A Recorrência acontece quando o paciente consegue atingir a recuperação, inicia o tratamento de manutenção e, por inúmeros motivos, volta a apresentar a sintomatologia anterior, ou seja, apresenta recidiva dos sintomas, devendo, nesse momento ter reavaliação psiquiátrica pelo médico assistente, com objetivo de retomar a fase de melhora e recuperação clínica.
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