quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Videogame: vilão da saúde mental?

Os dois lados da moeda: o uso do videogame como recurso terapêutico.

Com a ajuda da tecnologia, novas técnicas e abordagens passam a ser utilizadas como coadjuvantes, no tratamento em clínicas de reabilitação física e mental. O videogame surge como um importante recurso terapêutico no acompanhamento não só de crianças, como também de adultos e idosos.

O videogame já foi considerado um vilão para a saúde do corpo e da mente, e, ainda, um influenciador da violência, do sedentarismo e do aprendizado, sendo muitas vezes o inimigo número “um” para o desempenho escolar, visto que é um dos passatempos preferidos da moçada.

Com o advento de uma nova classe de game e a criação de controles sem fios, os chamados por exemplo de Nintendo Wii e PlayStation, estes induzem os movimentos das crianças, adultos e idosos através de instrumentos capazes de reconhecer as ações dos jogadores, garantido um ambiente adequado para o desenvolvimento de novas habilidades, possibilitando a recuperação de movimentos, a melhora da coordenação motora grossa e fina, um melhor equilíbrio e o trabalho das funções cognitivas, como: atenção, concentração, percepção, memória , dentre outras e funções executivas.

Alguns estudos realizados fora do país referem ganhos relacionados a melhora do recondicionamento físico-funcional e desenvolvimento do aspecto motivacional.

O terapeuta ocupacional pode utilizar este recurso, após uma avaliação específica do paciente para averiguar seus déficits e reais necessidades, para posteriormente traçar objetivos a curto, médio e longo prazo. O recurso de entretenimento deve ser dirigido a cada caso específico, ou seja, a escolha do game não deverá ser de forma aleatória, sendo necessário o acompanhamento de um profissional da área.

 Se faz necessário lembrar que os videogames são apenas alguns de muitos outros recursos que são utilizados em um plano de tratamento. Devendo sempre ser reavaliado seu uso dentro de todo o processo, para que não venha acarretar prejuízos ao invés de benefícios. 

Por Waleska Albuquerque, terapeuta ocupacional

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Vinho tinto faz bem?

Iniciamos a série Mito ou verdade.

Os cientistas vêm apresentando cada vez mais evidências de que o álcool, mesmo em pequenas quantidades, faz mal à saúde. Mas o vinho tinto seria uma exceção, podendo até fazer bem, dizem alguns. Será que isso é verdade?
O vinho tinto faz parte da Dieta Mediterrânea, inspirada originalmente nos padrões de alimentação da Grécia, do sul da Itália, da Espanha e Portugal. Baseada no consumo de alimentos frescos e naturais como azeite, frutas, legumes, cereais, leite e queijo, ela seria a responsável pela longevidade das populações daquelas regiões. Nessa dieta também é necessário evitar produtos industrializados como salsicha e comida congelada.
A Dieta Mediterrânea ajudaria ainda a mudar o estilo de vida de quem a adota. Mas será que existe mais alguma coisa no vinho tinto que possa contribuir para a longevidade e a saúde? Embora os cientistas concordem que o consumo moderado de vinho tinto pode ajudar a proteger o coração, reduzir o colesterol "ruim" e prevenir o entupimento das veias e artérias, há divergências sobre o que estaria por trás desses benefícios.
O vinho tinto é feito com uvas que contêm micronutrientes conhecidos como polifenóis. Eles atuam como antioxidantes e podem proteger o organismo contra algumas doenças e ainda combater o envelhecimento. Os polifenóis protegem tanto as células quanto outras substâncias químicas naturais do corpo contra os danos causados pelos radicais livres.  Há mais de 8 mil polifenóis identificados em bebidas como chá e vinho e em alimentos como chocolates, frutas, legumes e azeite extra-virgem, entre outros.
Um destes polifenóis é o resveratrol, um dos mais estudados pelos cientistas. Sua existência já era conhecida no começo do século 20, mas foi somente a partir dos anos 1990 que a substância foi descoberta no vinho tinto.  Saudado durante muitos anos como uma espécie de substância milagrosa, o resveratrol é um composto que, segundo os pesquisadores, poderia retardar o envelhecimento e combater o câncer e a obesidade.
A maioria dos estudos testou o resveratrol em cobaias de laboratório como peixes, camundongos, ratos e até em leveduras. Até o momento, os testes em camundongos revelaram resultados animadores, mas ainda não foram encontradas evidências sobre a eficácia em humanos. Na maior parte das vezes, os cientistas deram às cobaias grandes concentrações de resveratrol - muito maiores do que as contidas em uma taça média de vinho tinto.
Na Universidade de Leicester, na Inglaterra, testes com ratos indicaram que dois copos de vinho por dia podem reduzir a incidência de tumores nos intestinos - e o cientistas vêm estudando maneiras de desenvolver o resveratrol como composto isolado, para ser tomado individualmente como uma droga para prevenir o câncer.
Na verdade, teríamos que beber muitas garrafas de vinho tinto por dia para consumirmos uma dose correspondente a um suplemento de resveratrol.  E claro que, se fizermos isso, qualquer pequeno benefício do resveratrol será anulado pela quantidade de álcool ingerida.
Há quem diga que a fama de ser bom para a saúde atribuída ao vinho tinto se deve, na verdade, ao fato de a bebida fazer parte da Dieta Mediterrânea. Nesse tipo de alimentação, ele é consumido moderadamente, acompanhando uma boa quantidade de alimentos frescos ricos em nutrientes como frutas, vegetais, peixes e nozes. Possivelmente, a combinação de todos estes elementos é que resulta em uma vida mais longa e saudável.
De acordo com o Cancer Research UK, o centro britânico de pesquisas para o câncer, é um erro tomar vinho tinto achando que isso fará bem à saúde. A instituição lembra que, mesmo em quantidades moderadas, o álcool aumenta o risco de vários tipos de câncer. Estima-se que esta seja a causa de 12,5 mil casos de câncer registrados todos os anos na Grã-Bretanha.

Portanto, a idéia de que vinho tinto faz bem a saúde, isoladamente, é um mito!

Videogame: vilão da saúde mental?

Os dois lados da moeda: o uso do videogame como recurso terapêutico. Com a ajuda da tecnologia, novas técnicas e abordagens passam a se...