terça-feira, 25 de junho de 2019

Cetamina na depressão.


A cetamina, também conhecida como quetamina ou ketamina, é um anestésico, com aplicação hipnótica e aspecto analgésico, foi aperfeiçoado a partir da década de 60. A cetamina foi examinada por possuir forte resultado antidepressivo, conquistando inéditos estudos a respeito da doença que atinge 10% da população mundial, ou seja, quase 1,4 bilhão de pessoas.

Em pouco mais de 10 anos, pesquisadores dos EUA, desvendaram que em doses mínimas, a droga favorece conforto à pacientes em quadro depressivo. Em estudos iniciais, 70% dos pacientes eram resilientes à quase todas as formas de tratamento antidepressivo apresentaram melhorias, tempo após admitirem doses endovenosas da cetamina.
A cetamina se apresentou eficaz também no tratamento de pacientes resistentes á medicação antidepressiva, quantidade que pode chegar a 30% dos pacientes com diagnóstico de depressão. Sendo assim, os pacientes com disposição ao suicídio, somente obtinham resultados, após semanas de início dos tratamentos com antidepressivos convencionais.

O tratamento com cetamina para pacientes com o diagnóstico de depressão já foi aprovado pelo FDA nos Estados Unidos, na sua forma nasal (esketamina), e está em tramitação no Brasil a sua aprovação para 2020. Está sendo usada de forma experimental em vias endovenosas e subcutâneas, com respostas superiores a 80% (na via subcutânea, que é a utilizada aqui na Gratular. Entretanto, torna-se fundamental ressaltar que o tratamento com cetamina é um procedimento medico especializado e somente deve ser indicado por um médico habilitado para tal.

O procedimento consiste em uma aplicação subcutânea de cetamina (ketamina) em doses subanestésicas, sob a orientação de um médico psiquiatra e/ou um anestesista em ambiente com monitorização. A aplicação de cetamina pode ser realizada ambulatorialmente ou com o paciente internado.

Na maioria dos casos, uma única aplicação de cetamina é suficiente para reduzir significativamente os sintomas depressivos e proporcionar alívio e conforto ao paciente em poucas horas, entretanto em algumas situações, aplicações subsequentes podem ser necessárias, neste caso, as sessões acontecem em quantidade e frequência determinadas pelo psiquiatra do paciente ou pelo responsável médico pelas aplicações. No protocolo utilizado pela Gratular, é recomendada a oito aplicações com periodicidade semanal. 


Anteriormente ao início tratamento o paciente deverá realizar uma consulta de avaliação e solicitação dos exames pré-procedimento, com o psiquiatra responsável pelo procedimento. Os agendamentos são feitos na nossa recepção.

A aplicação da Cetamina se mostrou bastante eficaz na redução da ideação suicida em pacientes com depressão maior, em estudo publicado American Journal of Psychiatry.
“Este estudo é a demonstração mais definitiva, até agora, de uma redução clinicamente significativa na ideação suicida dentro de 24 horas após o tratamento com cetamina”, afirmou o o Dr. Grunebaum, coordenador do estudo publicado em dez/2017 – que incluiu 80 pacientes com transtorno depressivo maior e ideação suicida clinicamente significativa.
Também conhecida como quetamina ou ketamina, a Cetamina é um anestésico com aplicação hipnótica e aspecto analgésico.  Há pouco mais de 10 anos, pesquisadores dos EUA desvendaram que, em doses sub-anestésicas, o medicamento oferece conforto à pacientes com quadro depressivo.
A Cetamina é indicada principalmente para pacientes que não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso tradicional. Além disso, pela rápida resposta que a Cetamina apresenta, ela é fortemente indicada para pacientes com ideação suicida.
Os pesquisadores relatam que a melhora da ideação suicida persistiu amplamente durante o período de seis semanas, o que pode ser parcialmente explicado pelo fato de os pacientes terem continuado a medicação psicotrópica prévia, que foi otimizada após a infusão de cetamina.



Por Gisele Serpa, psiquiatra

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Neurofeedback para TDAH

Você sabe o que é o TDAH? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade está presente em torno de 3% a 5% das crianças em idade escolar e pode ser descrito como a presença de uma série de sintomas comportamentais, como:

Desatenção, 
Viver no “mundo da lua”, 
Dificuldade de foco e atenção, 
Dificuldade no processo de aprendizagem, 
Impulsividade, 
Agitação psicomotora.

Geralmente, esses sintomas se estabelecem por volta dos sete anos de idade. Para realizar o diagnóstico do TDAH, é muito importante que haja uma avaliação médica, psicológica e psicopedagógica, analisando os contextos: escolar, familiar, social e biológico.

Além desses sintomas comportamentais, há também alteração no funcionamento do padrão de atividade cerebral, principalmente com uma lentificação do lobo frontal do cérebro, responsável pelos nossos processos de memória de trabalho, concentração, atenção, foco, tomada de decisões e processamento dos eventos que ocorrem ao nosso redor, por exemplo. 

Com a avaliação eletroencefálica é possível detectar esse padrão disfuncional do cérebro e elaborar um protocolo de treinamento por meio do Neurofeedback para regular essas funções, trazendo muitos benefícios, sendo um tratamento complementar muito efetivo para casos de TDAH.

É importante frisar que se faz necessário um acompanhamento multidisciplinar (médico, psicológico, nutricional, físico, escolar, etc) tanto para diagnosticar quanto para realizar o tratamento para o TDAH com maior eficácia.

Por Psicólogo Vítor Sá. 

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Cérebro ou coração apaixonado?


Quais  os mecanismos que ocorrem no cérebro em relação ao amor? Mas se tudo ocorre no cérebro, por que teimamos em usar o coração como símbolo desse sentimento? 
A ciência já provou que ele bate mesmo mais forte quando encontramos a pessoa amada. Dessa forma, todo o colorido do amor é representado pelo coração, mas o que ocorre é uma avalanche de neurotransmissões mediadas pelo nosso cérebro.

Você pode ser a pessoa mais romântica do mundo, mas quando começar a entender a química da paixão, vai perceber o quão pragmática ela é. E tem mais: a paixão não é feita para durar muito tempo.
É que existe um roteiro químico da paixão que é responsável por diversas reações em nosso organismo, como o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, o aumento da intensidade de nossa respiração, a dilatação das pupilas, os tremores, a falta de apetite, a confusão mental. A paixão afeta até mesmo o nosso sono e a nossa concentração.

Pode ser amor à primeira vista ou uma atração ao ver a pessoa. É neste estágio inicial que os neurônios liberam a dopamina, hormônio que provoca euforia. De acordo com estudos da antropologista Helen Fisher, o sistema límbico, voltado para as recompensas, é ativado quando estamos apaixonados.

Toda vez que você pensa na pessoa amada, mais dopamina é liberada. O seu amor, contudo, não fica restrito apenas à pessoa, mas tudo ao seu redor parece mais “colorido”. Essa necessidade desenvolvida desde os tempos da caverna ajudou o homem evoluir. Afinal, a procriação e a criação de filhos nada mais é do que uma resposta a esses estímulos.

Sabe aquela sensação de ter “borboletas no estômago” quando você encontra a pessoa amada? Ela existe devido ao sinal que seu cérebro envia para a glândula adrenal (localizada nos rins), onde adrenalina, epinefrina e norepinefrina são bombeadas.
São estes hormônios que aumentam os batimentos cardíacos e provocam excitação sexual. Enquanto a dopamina traz um sentimento de felicidade, a norepinefrina aumenta a vontade de se estar com a pessoa. Além disso, os apaixonados têm baixos níveis de serotonina, um hormônio encontrado em pouca quantidade em pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo. Por isso, alguns indivíduos apaixonados tornam-se obcecados pelos parceiros.
Nosso processo de análise e decisão é afetado.
"A parte mais evoluída do cérebro é o córtex pré-frontal. É lá que tudo acontece: as decisões, análises de riscos, tudo fica ativo nessa região. Quando estamos apaixonados, essa área fica menos ativa. E é por isso que as pessoas cometem 'loucuras de amor', que podem parecer ótimas ideias à primeira vista, mas nem sempre são. Isso tudo porque a área de tomada de decisão de nosso cérebro não está em sua melhor fase".
Outras regiões, como o núcleo caudado e a área tegmentar ventral, também são afetadas. Essas regiões são ricas em dopamina e endorfina, que têm efeitos semelhantes ao da morfina em nosso corpo. Ou seja, é normal se sentir "anestesiado".

Quando estamos apaixonados, a amígdala passa a funcionar de formar inadequada – e isso tem grandes consequências. Se dizemos que o amor é cego, é por conta desse mal funcionamento. Localizada no lobo temporal do cérebro, é ela que comanda o bom senso do ser humano, ajuda na tomada de boas decisões, reconhecimento de situações de risco, entre outras funções.
Se você já deixou de lado coisas importantes para estar com seu amor, vá em frente e culpe a amígdala.

A partir do momento que o relacionamento amadurece, os apaixonados se tornam menos obsessivos. Após um ano, o crescimento neural retorna a um estágio normal. O cérebro volta a produzir serotonina e, por isso, um sentimento de confiança começa a fazer parte do relacionamento.
Segundo estudos, outro hormônio que torna a relação mais estável é a ocitocina. Ele é conhecido por ser liberado durante o orgasmo, mas também é o responsável por diminuir a necessidade de estar com o parceiro todo o tempo.
Quando duas pessoas estão juntas por muito tempo, uma área do cérebro chamada ventral pallidum é ativada. Nela são produzidos a ocitocina e os receptores de vasopressina, que estão associados à monogamia. Enquanto a ocitocina aumenta com o decorrer de um relacionamento, os níveis de dopamina diminuem.
Isso não significa que você não fica mais excitado ou feliz do lado da pessoa que ama. Na realidade, a necessidade deste hormônio é substituída por uma molécula chamada CRF. Ela é liberada sempre que casais estão longe – o que causa uma desagradável sensação de separação e saudade.

Além disso, o sistema límbico continua funcionando, ou seja, relacionamentos longos têm duas vantagens: a excitação do primeiro beijo e a segurança de estar com quem se ama.

Por Gisele Serpa, Psiquiatra

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