quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Síndrome de Tourette

O que é

A síndrome de Tourette (ST) é caracterizada pela presença de tiques motores e vocais (movimentos ou barulhos súbitos, repetitivos e rápidos) que interferem significativamente na vida do paciente. Ocorre em 1% da população e costuma manifestar-se na infância, entre dois e quinze anos de idade. Os principais tiques são:- Motores: piscar os olhos, virar a cabeça, encolher os ombros, fazer caretas, estirar a língua, fazer gestos obscenos (copropraxia), beliscar-se ou bater-se (movimentos autoagressivos) entre outros;- Vocais: pigarrear, fungar, emitir sons (hum, hum, por exemplo), repetir palavras ou frases logo após ouvi-las (ecolalia), repetir várias vezes a mesma palavra (palilalia), dizer palavras obscenas (copropalia), dar pequenos gritos, etc.

Qual a causa da ST?

A ST tem base genética, com desencadeantes ambientais. Seu início pode ocorrer logo após grandes estresses físicos ou emocionais. Doenças infecciosas (encefalite e coreia de Sydenham, por exemplo), episódios febris e outros agravos físicos estão presentes no início do quadro em 26% dos casos.

Como se diagnostica a ST?

Para que a ST seja considerada, os tiques precisam ocorrer pelo menos durante um ano, sem que tenha havido um intervalo livre de tiques por mais de três meses. O diagnóstico deve ser realizado em uma consulta médica psiquiátrica, na qual é avaliado o histórico do paciente e observado os tiques. É necessário excluir causas neurológicas para os tiques. É comum a ST estar associada à outros transtornos, como o TOC e o transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Como tratar a ST?

As possibilidades de tratamento incluem: medicação, terapia psicoeducacional e, em um número ínfimo de casos refratários, cirurgia. É importante ter em mente que: 
1) 100% de melhora é raro;
2) a resposta ao tratamento é individual, cada pessoa responde às medicações e/ou as tolera de forma diferente;
3) as medicações precisam de tempo para fazer efeito (pelo menos um a dois meses);
4) as doses podem ser individualizadas;
5) pode ser necessária a combinação de medicamentos;
6) tiques oscilam ao longo do tempo, com e sem medicamentos;
7) pode ser necessário psicoterapia para o paciente e seus familiares;
8) os casos que precisam de cirurgia são a minoria;
9) paciência e um médico experiente no acompanhamento são fundamentais.

Transtorno da Ansiedade Social (TAS)

O que é ansiedade social?


A ansiedade social é o medo de situações que envolvem interação com outras pessoas e está relacionado ao medo e à ansiedade de ser negativamente avaliado ou julgado por outras pessoas. Os seres humanos têm diferentes traços de timidez ou extroversão, e algum grau de ansiedade na interação social está presente em grande parte das pessoas e pode até ser considerado positivo.

O que é transtorno de ansiedade social (TAS)?


É um transtorno crônico (não desaparece por conta própria). Nele, a ansiedade social persistente causa sofrimento e prejuízo significativos para o indivíduo. Exemplos de situações que geram ansiedade importante no TAS incluem: ser apresentado a outras pessoas, ser provocado ou criticado, ser o centro das atenções, ser observado enquanto faz algo, como comer, falar ou escrever, relacionar-se com figuras de autoridade, encontros sociais, especialmente com estranhos, estar em círculo onde chega a sua vez e a pessoa precisa dizer algo, início de relacionamentos românticos. As manifestações fisiológicas que acompanham a ansiedade social podem incluir medo intenso, coração acelerado, vermelhidão ou rubor, transpiração excessiva, garganta e boca secas, tremores (medo de pegar um copo de água ou usar utensílios para comer), engolir com dificuldade e contrações musculares, particularmente em torno do rosto e pescoço. Constante, intensa ansiedade que não desaparece é a característica mais comum.

As pessoas com TAS sabem que sua ansiedade é irracional e não faz sentido, mas pensamentos e sentimentos de ansiedade persistem e não mostram sinais de ir embora.

Quando vistas pelos outros, as pessoas com ansiedade social são muitas vezes interpretadas como sendo tímidas, quietas, inibidas, distantes e desinteressadas do contato social. Paradoxalmente, as pessoas com ansiedade social querem fazer amigos, ser incluídas em grupos, e serem envolvidas em interações sociais. Embora as pessoas com ansiedade social queiram ser amigáveis, abertas e sociais, é o medo (ansiedade) que as mantém afastadas.

Como é o tratamento do TAS?

A medicação é útil para muitos portadores de TAS, sendo que a classe de medicação mais usada são os antidepressivos. Vários estudos indicam que a associação da medicação com modalidades ativas e estruturadas de psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental, é a que apresenta mais benefícios a longo prazo.

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