Os dois lados da moeda: o uso do videogame como recurso terapêutico.
Com a ajuda da tecnologia, novas técnicas e abordagens passam a ser utilizadas como coadjuvantes, no tratamento em clínicas de reabilitação física e mental. O videogame surge como um importante recurso terapêutico no acompanhamento não só de crianças, como também de adultos e idosos.
O videogame já foi considerado um vilão para a saúde do corpo e da mente, e, ainda, um influenciador da violência, do sedentarismo e do aprendizado, sendo muitas vezes o inimigo número “um” para o desempenho escolar, visto que é um dos passatempos preferidos da moçada.
Com o advento de uma nova classe de game e a criação de controles sem fios, os chamados por exemplo de Nintendo Wii e PlayStation, estes induzem os movimentos das crianças, adultos e idosos através de instrumentos capazes de reconhecer as ações dos jogadores, garantido um ambiente adequado para o desenvolvimento de novas habilidades, possibilitando a recuperação de movimentos, a melhora da coordenação motora grossa e fina, um melhor equilíbrio e o trabalho das funções cognitivas, como: atenção, concentração, percepção, memória , dentre outras e funções executivas.
Alguns estudos realizados fora do país referem ganhos relacionados a melhora do recondicionamento físico-funcional e desenvolvimento do aspecto motivacional.
O terapeuta ocupacional pode utilizar este recurso, após uma avaliação específica do paciente para averiguar seus déficits e reais necessidades, para posteriormente traçar objetivos a curto, médio e longo prazo. O recurso de entretenimento deve ser dirigido a cada caso específico, ou seja, a escolha do game não deverá ser de forma aleatória, sendo necessário o acompanhamento de um profissional da área.
Se faz necessário lembrar que os videogames são apenas alguns de muitos outros recursos que são utilizados em um plano de tratamento. Devendo sempre ser reavaliado seu uso dentro de todo o processo, para que não venha acarretar prejuízos ao invés de benefícios.
Por Waleska Albuquerque, terapeuta ocupacional