quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Dicas de como melhorar a saúde mental: Parte III

Modificando hábitos

Entenda como essas mudanças podem trazer benefícios, motivar novos objetivos e como o cérebro atua neste processo.

Zona de conforto: área onde os sentimentos físicos e emocionais são seguros. Encontram-se nessa zona, pessoas que são ajustadas e acomodadas perfeitamente com as suas rotinas. É a tendência de realizar feitos conhecidos, fáceis e cômodos, evitando os medos, ansiedade ou algum tipo de desgaste.

Enfrentar determinadas dores, sair da zona do comodismo e ir além do conhecido requer autoconhecimento, determinação e coragem. As recompensas, segundo os estudos, são muitas e gratificantes. 

O estalo para mudar certas atitudes e adquirir novos hábitos pode surgir nas mais diversas situações da vida, seja em relação aos estudos, na vida pessoal, em uma consulta em que o médico orienta praticar exercícios e melhorar a comportamento alimentar, ou mesmo no trabalho, quando o chefe expõe que você precisa gerar mais resultados. O primeiro passo para mudar um hábito que traz sofrimento é ter ciência de como ele o afeta, e a partir de então, estabelecer metas, prioridades pequenas, uma por vez.

Todos nós possuímos estratégias para lidar com a rotina, os hábitos nada mais são do que a forma de agir que foi adquirida por conta das atividades repetitivas que a  rotina nos impõe. A região do cérebro responsável por processar e controlar os hábitos se chama gânglios da base. Nessa região, as tarefas habituais gastam menos energia para serem executadas, pois já estão gravadas em redes neuronais próprias e não precisam de planejamento detalhado. Dessa forma, o cérebro não investe em criar novos circuitos de sinapses neuronais, tornando-se cada vez mais automático. Infelizmente, agir no automático dá uma sensação de que é mais fácil, econômico e reconfortante, é o seu jeito natural de fazer as coisas, e acaba sendo mentalmente confortante.

A mudança nos move para fora dessa zona de conforto, exigindo a participação do córtex pré-frontal. Acionar neurônios dessa área demanda um gasto de energia significativo, por exemplo, quando exercemos o autocontrole ou o controle de impulsos. A neuroplasticidade é a propriedade do cérebro de formar novos neurônios, desenvolvendo novas sinapses neuronais. Esses novos circuitos formam novas ideias, comportamentos e insights criativos.

Com menor ou maior intensidade, todos estão sujeitos à decisão de modificar hábitos, e essa capacidade, juntamente com a neuroplasticidade cerebral está à disposição durante vários anos ao longo da vida. Dessa maneira, em um nível microscópico, por meio do reforço das sinapses e da neuromodulação, podemos obter resultados macros que levarão a novas trajetórias, experiências, com novos e bons hábitos. Tente aproveitar a experiência de mudança, aproveitando a criatividade e o tempo necessário para adotar o seu novo hábito.

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