domingo, 27 de janeiro de 2019

Dica de como melhorar a saúde mental: Parte VI

A natureza faz bem à saúde. Assim apontam pesquisas ligadas ao conceito de biofilia: essa teoria defende que, ao longo da evolução humana, fomos programados para amar tudo o que é vivo, ao invés de objetos e seres inanimados.

Passamos 99,99% de nossos cinco milhões de anos de evolução como primatas em meio à natureza. Somos, portanto, essencialmente conectados a ela. Cientistas de diversos países perceberam que, ao entrar em contato com o verde, o corpo reage de forma sutil, diminuindo a pressão arterial e melhorando a imunidade.
Nessa perspectiva da biofilia, prega-se a construção de mais áreas verdes em hospitais para melhorar a evolução da doença e até mesmo o contato com a natureza como uma forma de medicina preventiva, no sentido de prevenir o adoecimento. Com o tempo, surgiram análises também em escritórios, escolas e apartamentos trazendo melhora da saúde mental nesses espaços com pequenas mudanças, como povoar varandas, mesas e paredes com flores e plantas, suficientes para sentir a diferença na saúde física e mental.
Pesquisadores japoneses descobriram que após o segundo dia de andanças numa floresta local, um determinado tipo de glóbulos brancos, as células de defesa do organismo, teve um aumento de 56% nos indivíduos, que se manteve elevado, mesmo um mês após o retorno à rotina urbana. Por causa disso, desde 2005, no Japão, há diversos locais onde se pode praticar a “Terapia de floresta”, uma caminhada por áreas verdes com potencial de curar o estresse.
Estudiosos compararam os efeitos de caminhadas em ambientes urbanos e naturais, observando melhora na imunidade, pressão arterial e indicador de estresse quando se caminhava na natureza.
Há também estudos que demonstram os benefícios de se viver perto da natureza. Inclusive mentais: pessoas que vivem próximas da natureza teriam 21% menos chances de desenvolver depressão, segundo pesquisadores de Amsterdã.

A dúvida se o nosso gosto pela natureza é cultural ou genético permanece. Existem quatro possíveis causas:
-estar na natureza normalmente é relacionado a atividades físicas;
-atividades na natureza muitas vezes estimulam a socialização;
-a natureza oferece uma oportunidade de fuga temporária da rotina e suas exigências.
- será que há mais vantagens do contato com a natureza que não as questões sociais e físicas a elas associadas?

Algumas pesquisas sugerem que não é a natureza que é tão boa, mas o ambiente urbano que é ruim. Os governos poderiam adotar políticas de forma a definir que porcentagem de área verde cada bairro deveria ter.

A natureza falsa, ou simulada, também surte efeitos de melhora na saúde. Diversas pesquisas mostram que, entre olhar uma planta de plástico bem feita e um verdadeiro espécime da natureza, não há tanta diferença assim. Ao mesmo tempo, caminhar virtualmente por florestas digitais como num videogame pode trazer grandes benefícios a quem está confinado em um ambiente estéril.
Estudiosos noruegueses perceberam que os níveis de estresse de pessoas que esperavam em uma sala para doar sangue eram mais baixos quando a televisão mostrava imagens de ambientes naturais do que no momento em que figuras de cidades apareciam.

Concluíram que, por mais que haja indícios da eficiência da exposição à natureza virtual, a realidade é sempre preferível.

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