quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Maconha: como ela age no corpo


O corpo sob efeito

A polêmica em torno da Cannabis sativa se deve a seus efeitos. Foi em função deles que ela se tornou uma erva sagrada e teve seu uso medicinal reconhecido há milhares de anos. Porém, foi por eles que também foi rotulada como a “erva do diabo” e proibida em diversos países. Mas, afinal, como age a maconha no corpo humano? Antes de tudo, é preciso lembrar que já foram identificados mais de 500 componentes nas várias espécies da planta. Assim, nem tudo sobre a erva está totalmente explicado e novos estudos podem identificar outros efeitos.

Por todo o organismo

A maconha também pode gerar outros efeitos comportamentais e no corpo de quem a consome.

Confira alguns exemplos:

- Em certos casos pode ocorrer a perda de parte da audição;
- Devido ao seu consumo, é possível que apareçam crises de tosse;
- Alguns neurônios responsáveis pela satisfação alteram seu comportamento e passam a estimular uma maior ingestão de alimentos. Disso vem a famosa “larica”;
- Longos períodos sem consumir a erva podem dar origem a quadros de irritabilidade e insônia, além de crises de ansiedade e pânico;
- Por outro lado, também é capaz de contribuir nos tratamentos desses sintomas, amenizando suas reações.

Pulmão

Ao ser inalada, a fumaça da maconha leva substâncias tóxicas aos pulmões, além de causar irritação na traqueia e dilatação dos brônquios. O uso contínuo tende a causar danos ao órgão, como bronquite crônica e comprometimento da função respiratória. Estudos indicam que usuários que fumam maconha têm mais chance de desenvolver câncer no pulmão, risco ampliado caso também sejam tabagistas.

Intestino

Há uma grande concentração de receptores canabinoides no órgão, que ao serem acionados pelo THC, retardam a sensação de saciedade, mais um motivo para que a famosa “larica” se manifeste. Não há qualquer evidência científica de que a erva possa “soltar” ou “prender” o intestino.

Olhos

A maconha provoca relaxamento muscular e vasodilatação, inclusive na região dos olhos. Com isso, os vasos sanguíneos do globo ocular acabam ficando mais espessos e visíveis, deixando os olhos avermelhados. As glândulas lacrimais, ao contrário, sofrem constrição, reduzindo a lubrificação e causando irritação.

Boca

O THC provoca constrição também das glândulas salivares, o que leva o usuário a ter uma sensação de secura na boca. As papilas gustativas, que ficam na língua, também são afetadas, apurando o paladar principalmente em relação a sabores adocicados.

Coração

A maconha aumenta a pressão arterial, o que altera o ritmo dos batimentos cardíacos. Na fase mais aguda de seus efeitos, o coração pode bater até 50% mais rápido. Em pessoas que já possuem um histórico de problemas cardiovasculares, tais efeitos tendem a ser danosos.

Órgãos sexuais

Alguns estudos apontam uma diminuição de até 50% dos níveis de testosterona e diminuição da produção de esperma em usuários crônicos. Em mulheres, foram observadas alterações no ciclo menstrual. No entanto, ainda não existem estudos conclusivos que provem danos ou benefícios da Cannabis em relação à atividade sexual e à reprodução.

Ação no cérebro

Devido à complexidade do cérebro a maconha atua de forma diferente em cada área cerebral:


No córtex frontal e no hipocampo afeta a memória de curto prazo momentaneamente, isto é, o efeito é notado apenas durante o consumo. Enquanto sob o efeito da substância, observa-se uma redução na capacidade de raciocínio lógico.
No córtex pré-frontal a capacidade de concentração é prejudicada pelos canabinoides que atuam nessa região, é mais difícil tomar decisões sob efeito dessas substâncias. Por outro lado, há aumento de flexibilidade cognitiva.
O efeito no Núcleo Accumbes proporciona uma ampla sensação de prazer e relaxamento, por isso, frequentemente observa-se os usuários rindo enquanto consomem. O uso constante e em altas doses pode dar origem a um quadro de abuso ou dependência.
O cerebelo e gânglios basais são áreas com diversos receptores responsáveis pela capacidade motora. Devido ao relaxamento intenso, pode haver perda parcial de controle de movimento e equilibro.

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