A grande quantidade de farmácias abrindo em nossa cidade traz a reflexão de quanto nós brasileiros nos automedicamos.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas, cerca de 80 milhões de brasileiros são adeptos da automedicação, número que representa 40% da população.
Os analgésicos são medicamentos capazes de diminuir ou bloquear a dor. Seu uso abusivo pode gerar efeitos colaterais, como hipertensão, gastrite e hepatite, além da dependência psicológica.
São medicamentos usados em padrão de abuso principalmente em situações de dor de cabeça ou tensões musculares, e eles são capazes de produzir efeitos rebote, já que quanto mais se utiliza, mais dor pode ter.
Segundo estudos publicados no British Medical Journal, basta ingerir o analgésico durante 15 dias seguidos para levar ao efeito de dependência química e tolerância, quando necessita de cada vez mais doses aumentadas para aliviar a dor.
Outros medicamentos bastantes utilizados são os descongestionantes nasais, utilizados em qualquer época do ano.
Muitos desconhecem que o uso do descongestionante nasal deve ser feito por período curto, pois o uso continuado pode levar a um efeito rebote, causando dependência química, já que a pessoa só consegue respirar após o uso do descongestionante, que é um potente vasoconstritor, podendo levar a elevação da pressão arterial e aumento do ritmo cardíaco. Além desses problemas, pode surgir a dependência psicológica por conta do uso patológico do medicamento, você passa a acreditar que você precisa daquela substância para sobreviver e pode enfrentar sintomas graves de ansiedade quando está em situação com dificuldade de acesso ao medicamento.
Pouca gente imagina, mas os medicamentos são o principal agente causador de intoxicação em seres humanos no Brasil, ocupando, desde 1994, o primeiro lugar nas estatísticas do Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas - SINITOX. As crianças menores de 5 anos representam cerca de 35% destes casos de intoxicação.
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