terça-feira, 30 de abril de 2019

Transtorno de Personalidade Evitativa: o que é.

Transtorno de Personalidade Evitativa tem prevalência de 2,4% da população mundial é um transtorno de personalidade caracterizado por um padrão predominante de inibição social, sentimentos de incapacidade, sensitividade extrema a críticas ou repreensões, e uma tendência à solidão ou isolamento. Pessoas que apresentam o transtorno de personalidade esquiva vêem a si mesmas como socialmente ineptas e não atraentes e evitam contato social por medo de serem ridicularizadas, humilhadas ou desprezadas. Os pacientes, tipicamente, mostram-se solitários e relatam o sentimento de distanciamento da sociedade.
É definido como: “um padrão invasivo de inibição social, sentimentos de inadequação, e hipersensitividade a críticas, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos”. Um diagnóstico desse transtorno requer quatro dos sete critérios listados no DSM:

  1. Evitação de contatos sociais que envolvam um significante contato interpessoal, por medo de críticas, desaprovações ou rejeições.
  1. Só se envolve com pessoas quando tem certeza de que gostarão dele.
  1. Apresenta certo bloqueio nas relações íntimas por medo de ser envergonhado ou humilhado.
  1. É extremamente preocupado com críticas ou em ser rejeitado em situações sociais.
  1. É inibido em novas situações interpessoais por sentimentos de inadequação.
  1. Vê a si mesmo como socialmente inepto, sem características atraentes.
  1. É usualmente relutante em tomar riscos ou em engajar-se em novas atividades porque elas podem se tornar embaraçosas.


O transtorno de personalidade esquiva é comumente confundido com a fobia social, no entanto, as pessoas afetadas por fobia social experimentam uma enorme ansiedade e apreensão ao confrontarem situações socialmente temidas e fazem de tudo para evitá-las. Nesta patologia,!Artigos com expressões evasivas ou atribuições vagas o consciente e o bom senso não são suficientes para superar o excesso de timidez, sendo este de caráter orgânico/cognitivo e fora do alcance de uma decisão racional do paciente. O transtorno de personalidade esquiva é comumente confundido também com o transtorno de personalidade anti-social , no entanto, clinicamente, o termo anti-social significa atitudes agressivas e contrárias à sociedade (sociopatia), não inibições sociais. Ainda, o transtorno de personalidade esquiva não deve ser confundido com o transtorno de personalidade esquizóide. Enquanto os esquizoides apresentam falta de interesse nas relações sociais, os esquivos têm muito interesse, mas sua falta de confiança age como um bloqueio em tais relações. Outra diferença é que os esquizoides são imunes às críticas e a elogios, e esquivos são muito sensíveis às mesmas.

Indivíduos com esse transtorno de personalidade costumam avaliar vigilantemente os movimentos e as expressões daqueles com quem tem contato. Sua conduta temerosa e tensa pode provocar o deboche dos outros, o que, em contrapartida, confirma suas dúvidas pessoais. esses indivíduos se sentem muito ansiosos diante da possibilidade de reagirem à crítica com rubor ouchoro. Sao descritos pelas outras pessoas como envergonhados, tímidos, solitários ou isolados. Os maiores problemas associados a esse transtorno ocorrem no funcionamento social e profissional. A baixa autoestima e hipersensibilidade à rejeição estão associadas a contatos interpessoais .

O comportamento costuma iniciar na infância pré-verbal ou verbal por meio de timidez, isolamento e medo de estranhos e de novas situações. Existem evidencias de piora na adolescência e início da fase adulta e com o passar dos anos, tende a ficar menos evidente ou sofrer remissão com o envelhecimento.
Esse diagnóstico deve ser usado com muita cautela em crianças e adolescentes, para os quais a timidez e evitarão podem ser adequadas do ponto de vista do desenvolvimento.

O tratamento envolve psicoterapia cognitivo-comportamental e terapia analítico-comportamental, para desenvolver estratégias de enfrentamento dos sintomas. Geralmente, é necessário o uso de psicofármacos e suporte social de familiares e pessoas próximas. Esses indivíduos podem ficar relativamente isolados e em geral não apresentam uma grande rede de apoio social capaz de auxiliar nas crises. Desejam afeição e aceitação e podem fantasiar relacionamentos idealizados com outros. Os comportamentos de evitarão podem afetar adversamente o funcionamento profissional, pois tentam evitar situações sociais que podem ser importantes para as demandas básicas do trabalho ou os avanços da profissão.

Por Gisele Serpa, psiquiatra


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Videogame: vilão da saúde mental?

Os dois lados da moeda: o uso do videogame como recurso terapêutico. Com a ajuda da tecnologia, novas técnicas e abordagens passam a se...