segunda-feira, 15 de abril de 2019

Transtorno de Personalidade Borderline: o que é.

Esse distúrbio psiquiátrico afeta até 6% da população e aumenta o risco de suicídio. Afeta cerca de 20% dos pacientes internados, com prevalência tendendo a reduzir em faixas etárias mais altas. 
Até 10% dos pacientes diagnosticados com a doença cometem suicídio, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
A característica essencial inclui um padrão difuso de instabilidade nas relações interpessoais, da autoimagem, de afetos e de impulsividade aumentada. Tentam de tudo para evitar um abandono real ou imaginado.
Pessoas com esse transtorno apresentam um padrão de relacionamentos instável e intenso. São inadequadamente íntimos e podem mudar rapidamente da idealização à desvalorização.
Esses indivíduos podem sofrer mudanças extremas de humor e podem demonstrar incertezas sobre quem são. Como resultado, seus interesses e valores podem mudar rapidamente.
Os principais sinais incluem:
    • Esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginário. O medo do abandono provoca uma necessidade elevada de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas ou sem apoio. 
    • Um padrão de relações intensas e instáveis com familiares, amigos e entes queridos, muitas vezes passando de extrema proximidade e amor (idealização) a extrema fúria ou ódio (desvalorização). Impulsividade: idealizam pessoas, se apaixonam e desapaixonam de modo fulminante. Rapidamente desenvolvem admiração e desencanto por alguém.
    • Auto-imagem distorcida e instabilidade em relação a si mesmo. Baixa auto-estima.
    • Comportamentos impulsivos e muitas vezes perigosos, como gastar compulsivamente, praticar sexo sem proteção, abusar de álcool e drogas, dirigir de forma imprudente e compulsão alimentar.
    • Comportamentos suicidas recorrentes ou ameaças ou comportamentos autodestrutivos, como a automutilação. Muitos se machucam, queimam, furam, cutucam por vontade de sentir dor. Não é incomum ouvir relatos como “a dor no corpo é melhor que a dor na alma”.
    • Humor intenso e altamente variável, com cada episódio durando de algumas horas a alguns dias.
    • Sentimentos recorrentes de vazio e solidão. Possuem alta sensibilidade à rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma viagem de negócios do parceiro pode desencadear reação completamente desproporcional como acusações de rejeição, de abandono e de egoísmo.
    • Fúria, ódio ou raiva intensa ou problemas/dificuldades para controlar a raiva
    • Presença de pensamentos paranóicos relacionados ao estresse
    • Baixo limiar de tolerância a frustrações.


O transtorno de personalidade Borderline é cerca de cinco vezes mais comum em parentes biológicos de primeiro grau comparado a população geral, atinge adultos jovens e dos 30 aos 50 anos, a maioria apresenta estabilidade nos relacionamentos ou no funcionamento profissional. Estudos de seguimento de indivíduos com a doerá mostram que após 10 anos de seguimento, cerca de 50% não apresenta mais padrão de comportamento que preenche mais critérios para a doença.
O tratamento se dá com acompanhamento médico com psiquiatra, psicológico e, principalmente, suporte social de familiares e amigos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Videogame: vilão da saúde mental?

Os dois lados da moeda: o uso do videogame como recurso terapêutico. Com a ajuda da tecnologia, novas técnicas e abordagens passam a se...