sexta-feira, 22 de março de 2019

Saúde mental na gestação e pós-parto


 A maternidade proporciona muitas mudanças na vida da mulher, sendo a gravidez e o puerpério fases que precisam ser avaliadas com atenção especial, por envolver inúmeras transformações biológicas, físicas, sociais, psíquicas e com isso toda uma carga emocional frente a esse novo, a esse bebê, a essa nova mudança de vida que podem refletir diretamente na saúde emocional dessa mulher. 
A gravidez leva a mulher a uma readaptação dos mecanismos corporais como também a uma readaptação psicológica. O sonho de ser mãe, o significado de mãe na vida da gestante e a disponibilidade em assumir esse novo papel tomarão conta de grande parte do tempo da gestação. Os nove meses de gestação é um tempo para que ocorra uma transformação importante na vida da mulher, diante das responsabilidades que ela irá assumir perante aquele bebê. 
No puerpério ocorrem novas transformações. O nascimento do filho implica mudanças na vida de ambos os pais. O ajustamento dos pais, ao novo papel de cada um, começa imediatamente após o parto. Afinal de contas, ninguém nasce sabendo ser pai e mãe, é uma construção, que possibilita uma oportunidade de um autoconhecimento, no qual ambos os pais podem se deparar com atitudes e potenciais que não sabiam que tinham. A parentalidade é um processo maturativo, é um desenvolvimento, que permite a dois adultos responder as necessidades físicas, afetivas e psíquicas dos seus filhos, construindo os laços de aliança e filiação. Nessa construção, é necessário tempo inclusive para construção do amor materno, que também é um amor construído na relação, que precisa de investimento. 

Assim, a gravidez e o puerpério são experiências de dualidade, onde existem sentimentos de satisfação, felicidade, mas também há espaço para inseguranças, dúvidas e medos diante desse novo papel. Por estas razões, o processo psicoterapêutico é um momento de autocuidado, que facilita o autoconhecimento e possibilita levar a mulher-mãe ao equilíbrio emocional, a compreensão e conscientização do exercício da maternidade real e suas implicações. 

Por psicóloga Caroline Vasconcelos

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